domingo, 25 de dezembro de 2011

Pequeno fragmento


É um desespero torturante querer. É o pior desejo que o Ser Humano pode sentir. Sempre querendo mais. Sempre sentindo esse vazio de merda que assombra a alma.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ângulo fora do esquadro


Eu sinto falta da sua luz. Sinto falta de você perto da minha alma, da sua presença que ao mesmo tempo que me arrancava o ar, estufava o peito. Sinto falta da magia incandescente. De te olhar fundo nos olhos e sentir que as leis naturais não são nada, que existe o além, e o além do além. Sinto uma falta que transforma os dias bonitos em cinzas, as alegrias incansáveis em mornas, o sentido da vida em algo sem proprósito algum.

Sei que sente cada passo, cada desejo meu. Assim como te sinto.
A distância não impede certas coisas. Não impede que se sinta, que almeje, que espere. A distância pode ser inimiga, pois arde, faz da saudade uma dor, um sofrimento calado e secreto.
Mas a distância jamais diminui aquilo que é real, que é verdadeiro, que fez o peito se sentir vivo, radiante.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Doce tempo


Pego um cigarro, acendo, ando pela casa a procura de ar. Deito no sofá, ligo a tv, procuro algum canal, desligo e volto a andar. Coloco um shorts velho e vou lavar o jeep, canto uma canção enquanto tento achar que te esqueci.
Então tento me consolar, falo comigo entonando um certo ar de saber. Um saber ignorante e ilúsorio. Como posso eu declarar a mim mesma que te esqueci? Se a cada mínimo detalhe eu penso em ti. Se o cigarro era pra te esquecer, no fim das contas foi quando eu mais te adorei. Se deito no sofá pra me distrair, é bem nele que você ecoa em minha mente.

Posso mesmo te esquecer? Se por cada segundo você está dentro de mim.
Se lembro do teu olhar, me vejo dentro dele. Como posso te esquecer se estou presa dentro do teu olhar?
Como posso acreditar nessa mentira? o esquecimento.
Não existe nada mais improvável do que isso. É provável eu acordar e fazer tudo ao contrário, fugir do que sinto e fingir que nem te conheci, negar você dentro de mim. E conforme te nego, me nego junto, porque você está dentro de mim, bombeando meu sangue a cada decisão que faço. Porque você me trouxe algo único, especial, para que eu não morresse da mesmice, fazendo com que eu me sinta viva. Fazendo meu sangue correr pelas veias, o coração bater acelerado.
Posso passar o dia bloqueando meus pensamentos. Acreditando que foi melhor assim e que o destino nem existe. Que no fim das contas tudo é feito pra acabar, meras coincidências.

Mas você existe e eu existo. E existe o sentimento por trás disso, existe o pensar, o agir, a saudade, a vontade, a dúvida, a sintonia, o apego, as almas.
Eu realmente posso esquecer? Esquecer algo que faz parte de mim? Esquecer algo que me inspira? Que alimenta minha vida?
Eu existo, eu respiro, eu ando, eu escrevo, eu questiono, eu quero, eu amo, e faço tudo isso enquanto te admiro. Se cada ação minha é movida por tua alma, e tua alma mesmo distante me faz um bem danado, o que mais posso querer?
Porque o tempo existe para acalentar e não para afobar. Então eu olho no relógio, já é tarde e o sono já chegou. Eu deito, me encolho e espero como uma criança espera um doce do pai, espero sem saber se virá, mas o esperar me faz feliz.

Flores e cores


Foi numa rua deserta
Cheia de galhos, folhas secas e muitas árvores
Que eu vi um feixe de luz bater levemente em suas costas
Senti o aroma do ar fresco da manhã, perfurmado como o cheiro da infância
Você andava por ela, com seus passos leves, passos angelicais
Você flutuava sob aquele chão doce e florido
Sorria para que eu te olhasse fixamente e lhe roubasse um beijo
E assim fiz
Eu te beijei naquela rua e meu peito flamejou
Meu coração sentiu que era aquilo o que tanto eu buscava
E todas minhas inquietações se acalentaram

Pela imaginação que me faz criar
Pelas ruas que invento
Pelo romantismo que descubro em mim
Pela paciência e por toda essa adoração a distância
Eu sinto o quanto eu te quero bem

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Saída de emergência


No caminho existia uma parede. Uma parede cinza e escura, cheia de buracos. Não me deixava ir, não me deixava ser. Não me deixava fluir.
No caminho existia uma parede torta, cheia de sujeira, com resquícios traumáticos e muita história enferrujada.
Não me deixava correr, embora não me quisesse ali. Me mantinha presa, calada. Sem opção de sair.
No caminho a parede estava quase se desfazendo, murcha, fria e velha. Mas continuava ali, dura, limitando minha passagem.

No caminho tinha uma janela, bonita e vistosa que acabei de construir.

Mayna Delle Donne

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Pensamento: um momento que no papel é eterno


Escrever é ânsia, é náusea, é um vômito de palavras que vem do nosso inconsciente, expande, torna-se pedaço de consciência numa folha, num bloco de notas, num blog.
Quem escreve é amargurado, é calado, sofrido. Escrever é um tiro no escuro. É um caminho sem volta. É um destino incerto. É um vício.

Quem escreve não é feliz, não tem paz de espírito. Não tem respostas. Quem escreve tá procurando, tá se perguntando. Quem escreve não tá bem. Quem escreve não sabe. Escrever é buscar. É colocar pra fora toda a lama que existe dentro da alma. Escrever é tentar e fracassar. É pensar mais do que falar. É correr de si mesmo. Escrever é um fragmento de ideia que dura segundos e se desfaz, vira passado.
Escrever é um martírio lento, acalentado, sozinho.

Escrever é deixar barreiras pra trás. É deixar com que a memória escorra da mente. É fluir. É fazer com que uma vontade dure para sempre, mesmo que naquele papel.
Escrever é ser. É estar. É eternizar sensações. Sentimentos. Dúvidas. Dores. Glórias. Amores. Paixões. Escrever é um caminho obscuro, desconhecido. Uma viagem sem volta pela mente humana e suas inúmeras complicações misteriosas.

Mayna Delle Donne

Dream


Estive num castelo essa noite.
Ahhhhh como é real estar lá. É intenso. É profundo.
As cores, as pessoas, cada detalhe vibra dentro de mim.
O mesmo sonho desde criança, o mesmo lugar, a mesma sensação.
Eu pertenço aquele lugar. Nunca pertenci a outro.
Lá é minha casa. Lá eu sou livre, sou leve, sou feliz.
Embora você ainda não saiba, você também pertence.
Sabe essa sensação de vazio que surge do nada? Essa sensação estranha perante algumas coisas, pessoas? Essa falta de encaixe com o mundo? Essa melancolia que surge sem um porquê?
Tudo isso é porque estamos no lugar errado.

Mayna Delle Donne

sábado, 3 de dezembro de 2011

Lua e luz


A noite hoje podia ser clareada apenas pela luz da lua.
Faria uma fogueira, sentaria com um copo cheio de vinho, declamaria poesias entre goles e olhares insinuantes.
Cantaria uma canção sussurada em seu ouvido.
Te faria sorrir com meu tom desafinado.
Olharia fixamente para seus olhos, prestando atenção no desenho e nos detalhes da sua íris.
E bem assim, sem pedir licença alguma, descobriria toda intensidade escondida em seu olhar.
O calor da fogueira acenderia uma chama dentro de nossas almas.
A paz brotaria em nós.
Olharia a luz do fogo refletida em sua pele, e sentiria cada peculiaridade tua.
Seus cabelos dourados brilhariam dentro da minha mente.
Tocaria sua boca com meus dedos lentamente, enquanto olhando fundo em seus olhos...desejaria que aquele momento congelasse, e o mundo paresse ali.
Bem ali, no fundo dos seus olhos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Palavras soltas

Escrevo pra tornar a vida mais alegre. Escrevo porque quando escrevo me sinto leve, minhas dores ficam aqui no papel. Escrevo porque tenho tanto a dizer e quase sempre a voz emudece, o medo cala. Escrevo porque penso tanto, e falo tudo pela metade. Escrevo porque é meu jeito de me comunicar. Escrevo pra você saber quem eu sou, o que sinto. Escrevo para que você sinta. Escrevo para que a vida faça sentido. Para que eu tenha sentido. Escrevo porque mesmo longe, minhas palavras fazem sentido pra você.
Escrevo porque no momento que escrevo a vida parece mais doce. Porque te sinto mais perto. Porque eu me sinto menos vazia.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Where is my mind?


Esse vazio de merda que me assombra. Cada segundo é uma eternidade. Os pensamentos parecem presos numa gaiola. Minha mente quer correr, voar, ser livre. E lá vem ele. Cego, patético, manipulador. Me obriga a ir mais além, me faz questionar até o extremo, até sangrar. E vem rasgando tudo que existe em mim. Porque eu não me liberto? Porque deixo ele dominar?

Eu tento correr, ele corre atrás, eu tento frear, ele fica parado do meu lado. Ele me esboba, embora faça questão de estar presente.
Ele me machuca, ele grita dentro de mim.
Ele existe, eu existo. Existimos um dentro do outro. Eu não consigo fugir dele. Ele faz parte do que sou. Sou uma pessoa inquieta, nunca me senti confortável embaixo dos meus sapatos, a cabeça voando pra longe. A vida tão silenciosa e morna.

Vontade constante de voar. Minha mente voa, meu corpo é preso.

Vontade de ser, de estar, ânsia, procura........

eterna procura.

Procuro em mim a outra metade que perdi.

Onde perdi?

Sutilmente

O mundo gira devagar. Pare. Olhe. Perceba. Existe um emanharado de sentimentos a sua volta, sendo explorados. Deixe, viva, sinta. Põe aquele vestido menina, sente o vento bater nele formando um desenho junto ao teu corpo. Deixa teu sorriso vir pra perto do meu. Deixa meu olhar penetrar no mais profundo da sua alma. Deixa eu me perder em você. Se perca junto. Não tenha medo de se perder, se perder é também se achar.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

lacre inviolável

A vida é uma caixa escura e lacrada. Nós nunca sabemos o que tem dentro. O que iremos encontrar. E mesmo tirando o lacre, vencendo toda a dificuldade com toda a persistência de seres teimosos que somos. Ainda sim, existe toda a escuridão da caixa pela frente...

domingo, 27 de novembro de 2011

Eterno Vazio


Somos vazios. Procuramos em buracos, em pó, em finais, em cinzas. Procuramos respostas, mas não encontramos.
Somos sozinhos. Procuramos uma determinada alma que compartilhe de sensações semelhantes. Porque aí quem sabe o questionamento diminui, a dor é um pouco esquecida.
Mas basta ficar só, que somos obrigados a mergulhar no mais profundo das questões. Porque queremos tanto?
Queremos tantas coisas, procuramos incessantemente, fingimos ser fortes, importantes pra alguém. Nos apoiamos em futilidades.
Somos fracos, nossa maior frustração são nossas vidas.
Ela leva o rumo, você não controla nada. Você é um simples fantoche, marionete do destino. É tolo, é humano. Não possui título algum, não é lindo de morrer, não tem dinheiro. Você é uma alma, e todo o resto a sua volta é uma MENTIRA.
Seu maldito carro, suas roupas de marca, seu número de rg, seu apartamento luxuoso.
Nada disso é real, nada disso é teu, nem meu, nem de ninguém. Porque nada disso existe. Isso foi criado pra te fazer um completo idiota. Enquanto você se distrai com todas essas porcarias, sua vida passa num instante e você não percebe o que é essencial, o que é teu de verdade. Você nem cuida do que é teu. Sua alma tá machucada, com buracos, dolorida, sua alma tá vazia, tá perdida num mundo estúpido.
O que você vai fazer?
Nada. Se você corre, todo o vazio corre atrás de você. Se você fica, obviamente o vazio também. O vazio precisa ser preenchido.
Você namora pra tentar preencher esse vazio, se esconder de você mesmo. Você se sente importante pra alguém, amado. A maior necessidade do Ser Humano é se sentir amado, não é amar. Não aprendemos a amar. Queremos apenas ser amados. Desde pequeno, você recebe o amor de seus pais, e apenas recebe. Crescemos acreditando que devemos receber o amor de alguém, esperamos como crianças mimadas. Mas o amor é outra coisa. Isso que você acredita ser amor, é apenas necessidade de ser amado.
Você compra, você come, você gasta, porque quando você faz tudo isso, sua alma esquece que é vazia, por instantes você se acha importante, notado pelas pessoas. Você não é importante, você é igual a todos, todos estão buscando como você. E todos não estão encontrando como você.
Somos a procura, somos a vontade, somos o pó que cai pelo ar, somos o reflexo no espelho, a palavra presa na garganta, o nó eterno, somos átomos, somos raio, somos feixe de luz, somos oxigênio, somos água, somos dúvida, somos o olhar a procura....


E quando você conseguir tudo o que queria, que desejava, todos os seus sonhos. O que você vai querer depois?

E depois, o que você vai querer?

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sensações

Sabemos sempre o que nos faz feliz. Tem algo dentro do olhar que pulsa, tem algo na voz que estremece, tem uma vontade louca de estar junto e falta um pedaço quando estamos longe. Tem uma curiosidade imensa de saber mais. De viver e de ser. Isso é real. O resto a gente tenta acreditar que existe. O resto é supérfluo. O resto é cinza, é morno, é confortável. É preciso ser passional para encontrar a felicidade. É preciso transbordar para saber que tem muito. Ou deixar secar pra sentir a sede. É preciso uma dor que arranca pedaços pra saber o quanto queremos algo. E o quanto somos capazes de lutar por aquilo.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Destinos e acasos

Te procurei em tantos lugares, tentei te imaginar em tantas bocas, fugir do que sinto, do que sou.
Não consegui fugir de mim mesma. Não consegui me encarar e aceitar algumas verdades, não consegui entender o porque de tudo isso ter tomado esse rumo.
Se você é tão essencial, se somos puxadas pra uma força enigmática superior, se vimos uma na outra a natureza, se a energia que existe é transgressora, se é recíproco, porque tudo se enrola cada vez mais e traça um destino diferente do que o esperado?

Será que esse destino não é culpa nossa? Não é nós que estamos seguindo caminhos opostos a esse sentimento?
Eu já não sei mais nem responder. Sei que te sinto de longe. Sinto o que pensa e o que pretende fazer, e isso me dói.
Porque sinto que o teu destino é perto do meu, e que seguir o barco pra longe é adiar nossa alegria.

Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Relâmpago vital


Eu queria conseguir dizer tudo que está entalado aqui, sem rebuscamento. Só dizer, deixar as palavras desenharem o estado da minha alma.
Esse silêncio me atordoa, permaneço atenta, a procura. Permaneço porque devo permanecer, porque permanecer é viver, e viver é lembrar de tudo. Tudo sem tirar, nem por.
Tudo é o conjunto do que sou, e do que almejo ser. O que almejo ser?
Não quero atribuir a nada, nem a ninguém meu desejo de ser. Mas e quando esse "nada" é tudo? e esse "alguém" é essencial?
Continuo com as minhas certezas. Se amanhã mudarão eu não sei. Eu sinceramente acredito que não, acreditar é ação, ação é movimento. Movimento é procura.
Procuro por consequência das minhas certezas. Elas me fazem viver. Você me faz.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ela


Ela sentia o corpo adormecer e se fechava cada vez mais. Olhava ao redor e não entendia como as pessoas conseguiam levar uma vida tão medíocre. Sentia-se sozinha. Mergulhada num mundo só dela. Questionava a possibilidade de ter vindo de outro planeta, outra galáxia. Andava pela sala sem rumo, procurando alguma alma que compartilhasse anseios, desejos e preenchesse a sua. Ela procurava dentro dela, a metade que havia perdido. Queria ser inteira. Queria ser completa. Olhava a sua volta e via tantos seres criados para agirem de determinada forma. Tentou algumas vezes se adequar, distribuiu sorrisos na hora certa, agiu de forma cordial. Mas tudo isso só a acalmava momentaneamente, logo depois olhava pra si e se perguntava sobre tantas questões. Queria saber mais, desvendar segredos ocultos, conhecer mundos paralelos. Entender a verdadeira natureza humana. Ela sentia-se sendo minada aos poucos e achava que a qualquer momento iria simplesmente se apagar. E Ela sabia que era fogueira demais pra se deixar virar fagulha. Decidiu abdicar da calma. E procurar sem medo, mesmo que doesse. Mesmo que tropeçasse. E que voasse.

Hoje Ela levanta, coloca a alma pra passear, sente o vento e não tem medo se vai chover. Porque um banho de chuva não é nada mal. Porque hoje ela só quer sentir. E se fizer sol, ela deixa ele atravessar suas moléculas. Deixa o calor esquentar a alma. E dai percebe que não tá sozinha. Que todo o universo faz parte dela. E que ela é o universo.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

E ela ainda é tão só...


Você me fez ter vontade de viver, de ver o mundo. O sol brilhava enquanto você estava comigo. Pude experimentar pela primeira vez na vida o que é se sentir completa com alguém. O que é olhar dentro dos olhos e enxergar uma alma. Queria saber cada detalhe teu. Mergulhar dentro de você. Você foi meu âmago. Meu tudo. Sentia um calorzinho no fundo do peito e uma vontade imensa de te mostrar o mundo. Sentia o sol entrar dentro da minha pele e me atravessar a alma. Tive certezas com você que nunca tive com ninguém. E não foram certezas rasas, não tinham nada de superficiais.
A mágia nos visitava. E o nosso primeiro beijo já dizia tudo...
Num bosque, num toque, numa descoberta, numa aventura, no frio mais quente que já me tocou.
Choramos juntas uma noite, lembra? Você dizia que eu era teu anjo...nos abraçamos e senti uma coisa inexplicável. Pela primeira vez na vida, eu pude sentir o que era mergulhar numa alma...chorar com uma alma. Senti ali que não eramos duas, eramos uma.
Eu te procurava nos meus devaneios mais loucos. Nos meus sonhos mais bobos. Você me deu brilho nos olhos. Coragem na mente. Vontade de ser.
O teu olhar foi o mais profundo que olhei. Um olhar em busca. Você sempre esteve em busca...Um olhar doce, uma interrogação.
Eu sempre te busquei. Embora você acreditasse que meu jeito fechado era falta de amor. Eu nunca acreditei que teu jeito arredio fosse desamor. Você quente, agitada, e eu calma, fria. Encostava e era uma explosão. Era completo. Era mágico, era real.
Minha visão de amor sempre foi pura, platônica. Centrado na beleza do caráter e na inteligência. No que os olhos não enxergam. Eu amei tua essência. Eu amei tua alma.
Eu era uma garota cinza. Eu buscava o que os meus sonhos sempre me fizeram buscar. Todas as noites o mesmo sonho. A mesma procura..
E encontrei quando te vi. Senti a mesma sensação em que sentia nos sonhos. Tive certezas. Dessas que são capazes de mudar uma vida por segundos. Esperei por elas. Rezava baixinho pedindo que se fossem reais aquelas certezas, elas me mostrassem o caminho. Que o destino colocasse a gente perto. Não deu outra. Passou um tempo e colocou. Por dentro, eu vibrava de alegria, de euforia. Meu corpo tinha ganhado vida. Tinha achado o que tanto procurava.

Pra onde foi as certezas, pra onde foi tudo?
Eu me enganei? Embora tenham coisas quem me digam que não. Porque foi assim então?

Tempo...

Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Leviandade

Material, raso, oco, superficial, a gente acha e conquista se lutar. Se queimar bons neurônios. Se perder a saúde. Mas eu ainda fico com a pureza, o profundo, o âmago, o desejo de ser, de estar, de sentir. A batalha constante que almejamos para ser feliz. Pra isso é preciso apenas sorrir. Tão simples e tão complexo....É preciso enxergar além.

Mayna Delle Donne Néo

sábado, 24 de setembro de 2011

autossabotagem


Existem momentos na vida que marcam a gente. Beijos diferentes de todos que já experimentamos. Noites que ficam pra história. Sorrisos que deixam saudades. Existem pessoas na vida, que são inesquecíveis. Que se comovem com coisas simples. Que choram ao ver o mar. Pessoas apaixonadas, com olhares faiscantes e dispostas a enxergar muito além da sombra. Com bagagem espiritual. Com luz. Existem pessoas que pelo simples fato de estarmos perto, a alma sorri. Pessoas passionais, profundas, enigmáticas. Que sentem tanto, e muitas vezes choram caladas. Que se apaixonam por um dia de sol e um banho de chuva. Que olham fundo nos olhos. Que não tem medo de se machucar. Existem pessoas na vida, que te atravessam a alma, e te deixam sem reação. Pessoas surpreendentes. Existem pessoas puras. Que amam e se apaixonam pela mesma pessoa todos os dias. Pessoas sonhadoras. Que acreditam em palavras, promessas e em outras pessoas. Que choram por coisas bobas e te fazem achar até que são fragéis. E no fim das contas, você descobre mesmo que frágil é você. Que não consegue sentir tudo intensamente.
Existem pessoas que passarão por sua vida e vão deixar uma grande saudade, um calor no fundo do peito. Toda vez que você pensar no que viveram, vai sentir que nunca foi o suficiente, vai desejar mais.
Existem pessoas assim. E talvez você se assuste tanto, que vá embora sem ao menos saber porque. A felicidade encanta, mas também assusta.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E quando o caos chegar?

Em um determinado momento da vida você irá cair. E talvez não irá querer/conseguir levantar. Vai se sentir fraco e inseguro. Todas as suas crenças serão desmoronadas, uma por uma. Como soldadinhos, em fila. Você verá como foi/é fútil. E que covardia é atacar sabendo que o adversário não consegue reagir. Saberá que fugir e reconstruir novos sonhos é apenas ilusão, e que outrora desmoronarão de novo.
Em um determinado momento da vida você olhará no espelho e não vai se enxergar. Vai sentir nojo de ti. Vai querer correr e não vai ter forças. Vai querer gritar e não irá ter voz. Vai sentir remorso do que poderia ter feito e não fez. E do que fez. E da maneira que fez. Vai sentir que deixou muita coisa pra trás. E que elas seguiram.
Vai entender que muita coisa mudou e que você não tem mais tempo, que fracassou. Será vai se reerguer? Será que vai olhar no espelho sem ter vergonha de ti? Será que conseguirá enxergar que atribuir o erro ao outro é atestar sua incapacidade?
Em um determinado momento você vai chorar, sozinho no teu quarto sem ninguém perceber. Vai se sentir um completo animal. Irracional. Imaturo. Vai ver que machucou pessoas por simples comodismo. Por egoísmo. Por covardia.
E quando isso acontecer. Chore, e agradeça as lágrimas. Não guarde-as, elas estão só limpando o que você guardou aí dentro sem ao menos perceber que existia.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chocolate sem pimenta


E de repente a sinfona perdeu o tom. O palhaço virou piada. A esquina não tinha amores.
O vento soprava sem graça. O coração pulsava dor.
De repente vestiu a roupa. Saiu pra rua. Guardou lembranças. Lembrou de coisas. Chorou e voltou.
De repente a boneca brincava. Implorava afago. Apaixonada. Pela mesma burrice. A mesma tolice errante.
De repente o sol não é mais brilho. O mar é tão distante. A canção não emociona mais. O peito sufoca e some.
Yin não completa mais Yang. Sol não é amante da lua. Beijos não são iguais a carinho.
De repente a dor não é mais a mesma. Relva não coça mais a pele das crianças ingênuas. O dia não espera o seu fim. Amantes não são amados.

Mayna Delle Donne Néo

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Devaneios...


Estou numa casinha, feita de madeira, com cheiro de infância.
Corro até lá fora e uma mata linda me espera, uma cachoeira encantada corre por perto...
Em um dos meus momentos tristes...deito-me ali e o barulho da água caindo..... me faz fechar os olhos..
..por alguns segundos esqueço onde estou, a paz reina em meu peito, flutuo sobre onde quiser...
Viajo em segredo. Eu mesma e mais nada.
Naturalmente, sem pudor...despedaço tudo que me faz mal...toda a lama que existe no mais profundo do meu ser...liberto ela para bem longe...
A lama se eleva no ar...resplandece...e cai...
no infinito...foge de mim...
O ar leva com ele minhas dores, frustrações, tudo que desejo ser e não sou, o que sou e não desejo...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cade minha mente?


Torturo minha alma. É o que faço cada vez que despedaço o belo. Descontruo o novo. Amarro os sonhos.

Em cima de um penhasco. Miro a ponta dele. Risco o chão com minha alma. E ameaço pular. Saltar de mim. Fugir do que sou. E do que não sou.

Lá embaixo tudo verde. Cheio de cores. Luzes. Pássaros. Brilho intenso. Relva. Surreal. Flores, flores, flores.

Eu quero pular. Quero encontrar com o belo. Me desprender do material. Mas conforme impulsiono meu corpo. No mesmo momento já sei que estou me enganando. Sei que sou covarde. Fraca.

O nó na garganta é a prova do que está engasgado. Amarrado. Em eterno conflito.

O penhasco está lá. Lindo. Me esperando....

Sem frescura, sem hora marcada, sem problemas. Ele é simples, é real. É completo.

O resto são criações. O resto são invenções da própria ausência da alma em conflito com a busca. Com um mundo tão vazio...

Saio do penhasco e caminho de volta. Admito minha insensatez. Ignorância. Falta de capacidade.

Sei que o penhasco continuará me chamando...

Vai me chamar sempre.

Implorando o meu voo. Voo livre. Alma solta. Pés fora do chão. Tudo que sempre almejei. Embora sempre tenha fugido...

Continuo na terra. Sentindo o ardor do chão quente sob os meus pés. Sentindo o peso dos seres se despedaçando por muito pouco...

Assistindo um jogo de egos, manipulações, egoísmo e tortura.

Atestando cada vez mais minha indiferença. Vendo tudo e nada fazendo. Apenas reclamando...



Penhasco...


Uma parte minha eu atirei hoje no penhasco, as 04:54 da manhã desta segunda-feira- 18 de abril de 2011. O vento levou e vai fazer dela o que ele bem entender...

Eu desejei assim. Eu implorei por isso...


Leveza!


O resto, ahhhh o resto!

O resto permanece aqui. Invólucro. No sólido. Quente. Seco.

No calor infernal que queima a alma dia-a-dia. Implorando por coragem para se jogar junto com o que acaba de ir...


Maynna Delle Donne Néo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Respostas...


Queria falar sobre tantas inquietações, tantas dúvidas que moram por aqui...

Mas o que tem me assombrado ultimamente é algumas certezas que passei a ter...

Certezas que geram outras dúvidas...

O que faço pra conseguir o que quero? Dou o melhor de mim pelo que gosto?

Tudo isso tem virado muito minha cabeça, antes eu ainda fosse tão confusa...


Confusa. Menina boba. Sentia o vento e apenas sorria. Deitava na grama e me coçava até enjoar de ficar por ali. Como quem não queria nada, gozava a vida passar. Me encolhia pra chorar. Me contorcia pra sorrir...

Ahhhh que saudades de você...menina bobalhona que morava por aqui...

Volta?


Crescer é ser só...


Maynna Delle Donne Néo

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Despiu-se do pudor

"Sou ariano. E ariano não pede licença, entra, arromba a porta. Nunca tive medo de me mostrar. Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você tá vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra. Por mais que se perca no caminho."- Cazuza Me mostro? Que imagem passo de mim, passo o que sou? Passo o que quero ser? Não passo nada. Eu me mostro? Sou tão fechada, tão ranzinza. Será que sou? O que sou? Essa pergunta me rasga e me queima por inteiro, vejo fagulhas de fogo voando com pedaços de minha alma, quando indago com verocidade o que sou, ou melhor, quem eu sou? Tenho medo de despir-se. Detalhes de uma desconhecida, uma desconhecida que convivo a todo tempo. Convivo mais que todos. Desconhecia que anseia por vida. Por cores. Aromas. Calafrios. Sorrisos. Mar. Ocultismo. Música. Natureza. Busco incessantemente respostas. Respostas de coisas que nem existem. Até quando vou buscar pelo o que eu nem sei? Até quando vou me fechar? Quando na verdade desejo me mostrar para o mundo? Porque faço o oposto do que anseio? Medo? Eu sei bem que ele me trava, mas não é ele que me impulsiona? Não seria ele o responsável por manter a chama da curiosidade acesa? Cade minha chama? Porque a escondo? Maynna Delle Donne Néo