segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012

Um aperto no peito, uma ansiedade incontrolável, um mergulho em mim mesma. Hoje é o ultimo dia de 2012 e existe tanta coisa dentro da minha cabeça. Tantos acontecimentos. Tantas coisas que marcaram. 2012 foi um ano decisivo, foi um ano cheio de mudanças e finais. Um ano em que eu me conheci realmente como Ser Humano. Infelizmente sofrido, pois passei em silêncio a maioria das mudanças internas, todas essas transformações silenciosas que a alma passa e se regenera. Eu mudei muito, muito mesmo. Faltavam 3 meses pra eu me formar em jornalismo, e então abandonei os 4 anos de faculdade,parei tudo pra me conhecer, pra recomeçar do zero, pra fazer algo que realmente irá fazer minha alma vibrar. Para alguns uma atitude covarde, pois faltava apenas 3 meses, para mim, uma atitude essencial,a atitude mais sensata que já tive em minha vida, sempre precisei de extremos, sempre fui radical em minhas escolhas, e acredito que um diploma na mão iria fazer de mim, uma simples descontente. Descobri que minha vocação não está presa num jornal, numa tv, ou em qualquer coisa relacionada a mídia. Esses 4 anos me sufocaram, me fizeram criar uma aversão e revolta a jornalismo. Eu não quero participar, eu não quero estar nesse bolo todo de coisas erradas e manipuladas. Eu não teria orgulho de ter esse diploma, admiro os que fazem jornalismo por amor e que fogem disso que acabo de citar, mas eu, eu realmente não me enquadro nisso. Eu não amo jornalismo. E não foi só na vida profissional que 2012 me trouxe mudanças, a minha vida pessoal também passou por um bocado delas. Por dentro havia em mim sentimentos novos, eu havia misturado amizade com amor. A princípio sem perceber, sem entender o que sentia, o que estava acontecendo. Definia tudo aquilo como um carinho, um carinho especial. Eu deveria ter aprendido a dar nome as coisas, a ser mais específica, sempre soube que assim tudo ficaria mais organizado e fácil. Mas não, eu não sabia que sentimento era aquele,de onde vinha aquele carinho diferente. E então eu fui levando, até o dia em que eles desmoronaram, até eu descobrir que eram mais intensos do que eu imaginava, até eles fugirem do meu controle... Descobri muita coisa por causa desse sentimento, descobri muito do que sou, como ajo, o que penso,o que quero. Esse sentimento me fez crescer, ajudando em todas essas transformações internas que passei, sofridas, porém a evolução nem sempre é com flores e carinho. Ela é dolorida na maioria das vezes, e é só assim que faz com que enxergamos muitas coisas guardadas dentro de nós, que nem imaginamos existir. Um ano cheio de descobertas e dificuldades, em todos os sentidos. O ano mais importante da minha vida, que vai fazer com que várias coisas boas brotem de dentro dessa alma que agora vai sair para o mundo sem medo de ser! 2013...vem contudo, eu te quero muito!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Era um pedaço que fazia muita falta. Sei lá se era pedaço. Se era buraco. Era torto, oco, opaco. Com um laço, um nó e muita lama. Vários traços. Era um buraco escuro dentro de um pedaço, era a falta de tudo. Era o que ansiava florescer, era o querer lidando com a ausência.
Era um pedaço que se foi com a noite silenciosa. Calado, escuro, contido. Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

a estrada do meu sonho

A estrada fazia cada vez mais sentido na minha vida. Era preciso estar nela, seguindo um caminho qualquer, ou um destino programado. Mas era preciso estar lá. Era preciso partir sem rumo, querer sem expectativa, sentir sem desespero, caminhar sem direção, sair em busca do autoconhecimento. Em busca de si mesmo. O dia a dia, as pessoas, o tumulto. Tudo isso fazia com que eu ficasse cega, murcha, apática. A realidade massacrava todos os sonhos, massacrava minhas tripas. E eu mais do nunca necessitava viver dos meus devaneios, sempre necessitei viver intensamente apaixonada, com toda a alma, tripas e falta de ar. Viver como uma criança ingênua que transborda por ver um cavalo, ao passar a mão numa flor, ao sentir o cheiro da dama da noite, ao sentir a chuva entrando pelos poros. Ansiava por um fogo de curiosidade, uma chama de euforia. Eu havia por muito tempo fugido de mim. Havia sentindo tantas coisas novas, e aprendido a gostar de fato de alguém. Havia passado por transformações internas, intensas e doloridas. E assim, conhecido a mim mesma, como num espelho interior, um espelho que refletira minha alma. Me perdi entre os sentidos, entre o querer e o agir. Aprendi que quando se quer algo de fato, as chances de tomarmos atitudes são desastrosas, fazendo o caminho fugir da rota. E o caminho para um explorador é essencial. O caminho é seu porto seguro, sua vida. Umas tranqueiras e uma estrada inteira pela frente. Asfalto, sol, música, calor e lugares novos. Ir em direção ao desconhecido, ir em direção aos desejos da alma. Explorando lugares, explorando cheiros, sabores e toques, explorando a si mesmo.
Mayna Delle Donne Néo

sábado, 20 de outubro de 2012

é assim, é assado

Não lhe compreendo e é por isso que lhe admiro tanto Porque não sei quem você é, porque anseio descobrir Escuto teu nome escorrendo pelas minhas veias, descendo por cada célula, pulsando minha total falta de ar Numa falha tentativa de ritmo e intensidade descontrolada entendo o teu sentindo dentro de mim embora fuja do que isso significa Na contramão a gente se tromba, ora se descobrindo, ora se repelindo Pelo reflexo do meu peito sinto suas atitudes E o inverso do que sou é tua ausência Não lhe quero porque o querer é vago, arde, flameja e passa Lhe admiro porque o admirar é inesgotável, puro e congela no tempo Tempo que transborda junto com todas as saudades e soluços. Mayna Delle Donne Néo

domingo, 7 de outubro de 2012



Eu fugi de mim mesma por muito tempo.
Fugi de quem sou, do que quero, do que espero. Me perdi entre todos os sentidos. Entre o querer e o não querer. Fracassei, deitei sozinha e chorei, um choro introspectivo, lágrimas contidas escorriam lentamente, quentes e silenciosas. A alma quebrada, partida em pedaços. Sem o domínio, sem o controle, sem o ar.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

doce letal

Silêncio, escuro, pensamentos, lágrimas. Um frio na espinha e um gelo no estômago. Novamente sua imagem aparece dentro de minha mente. Só que dessa vez uma imagem leve, inocente. Como sempre havia sido. Uma imagem de alguém que me amou da forma mais pura e intensa que se pode amar outra pessoa. E tudo isso de uma forma extremamente sigilosa.

Eu me pergunto onde encontrarei a pureza dos seus lábios. E o teu sorriso sincero que acalmava minhas manhãs e embalava minhas noites mais tristes. Eu me pergunto como farei pra me sentir jovem como me sentia quando o vento batia em seu rosto e você sorria pra ele e me olhava com cara de criança arteira.
E sua voz que tantas vezes eu procurei escutar dentro de mim quando meu coração acelerava em desespero, quando o medo do mundo era real, quando eu me sentia tão insegura quanto um cachorro perdido.

Eu não quero o que não entendo, e eu não entendo o que quero.
Você sempre soube o quanto eu sou confusa e imprevisível. Mas de todas as minhas confusões, você foi a certeza mais bonita que me aconteceu. Eu só queria que você soubesse o quanto é especial e o quanto ainda  não sei lidar com esse sentimento.
Do alto do barco eu olho o mar. Eu rezo e velo, sento e espero o dia acabar. A água bate, escorre,  flui,  flameja. Como tudo, como cada pequena coisa, como minha alma agora.

Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 28 de agosto de 2012

                                         foto- entardecer no varjão





O caos, o desequilíbrio, a vontade de correr de si mesmo, a ansiedade e o medo do desconhecido são fatores indispensáveis para as transformações mais profundas de nossa alma.



Mayna Delle Donne Néo




domingo, 27 de maio de 2012

estar lá, apanhá-las, senti-las e vivê-las

E então eu deitei sozinha. Chorei. Procurei. Me perdi. Eu tinha todas as sensações afloradas e todo medo do mundo de senti-las. Parei, calei, observei e criei uma realidade minha, um mundo onde eu buscava ser forte e inatingível. Um mundo solitário.

Eu queria poder ser alguém. Ter um valor qualquer. Ser e estar. Sentir o porque de tudo. Eu queria ir no âmago. Eu não tinha medo se isso ia me ferrir. Eu pagava pra ver. Eu queria me destruir, me afundar, me despedaçar, eu queria mostrar o meu lado obscuro. Eu queria demonstrar e conhecer o meu pior, pra poder entender meu melhor.

Me sentia tola. Me sentia perdida. Me sentia em eterna busca. E não sabia o que tanto buscava. Eu era um ponto de interrogação.

E então eu chorei baixinho, gritei em silêncio, rasguei minha alma em pedaços. Me senti vazia. Queria um abraço, queria sentir a sensação de um olhar invadindo meu peito. Queria uma alma que me fizesse acreditar em sonhos, em poesia. Queria não querer. Por vezes o querer zombava com a minha cara.

E então eu senti um nó na garganta e uma vontade de mergulhar dentro da imensidão do desconhecido. Um frio na barriga surgiu acompanhado de um calafrio e uma vontade de renascer, reiventar, fugir da realidade.

E então eu fiquei no escuro por horas ouvindo a chuva e todos aqueles barulhinhos que ela trazia, chorei em silêncio, sozinha. As lágrimas escorriam quentes pelo meu rosto enquanto eu procurava a metade de mim que havia perdido.

E eu que de tanto querer estava ali me perdendo entre todos os sentidos.

Engoli seco, o coração acelerou, a mente saiu a procura e nada encontrou. E foi dai que eu percebi que havia me deparado novamente com o vazio. O vazio da alma humana.

Um vazio triste e introspectivo. Cheio de lágrimas doloridas e choros inacabados. Um vazio de uma dor latente. Uma dor antiga e que voltava a me atormentar. A dor de quem procurava tanto que acabava não achando a si próprio.

Eu queria sentir minha alma em paz, eu queria dormir quientinha, eu queria colo e afago, mas não sabia querer, não sabia demonstrar. Era chucra, fechada e introspectiva, e ao mesmo tempo intensa e extremamente passional.
Eu era do avesso.
 
Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 17 de abril de 2012

Eu tenho dúvida se é só você mesmo que eu quero quando te vejo de longe, quando sinto ciúmes e não posso demonstrar. Mas eu tenho certeza que eu te quero quando penso em você e estou com minha alma leve. Com a minha alma leve eu consigo me equilibrar e pensar no teu rosto, no teu olhar penetrante e vivo. Na vontade de te ver sorrindo e sorrir junto. Eu tenho dúvida se eu te quero porque as vezes você não vêm, você fica nessa e me deixa aqui. Eu te quero agora, urgente. Eu sinto, e não posso negar o que rasga dentro de mim como um vulcão aceso. Eu não posso negar teu cheiro, tua pele que encosta na minha e é como faísca no palheiro. Não consigo negar que minha boca foi feita na medida exata da sua e nossos olhos perfeitos para se olharem para sempre. Eu tenho dúvida se é só você mesmo que eu quero quando eu desejo não te querer mais. Quando desejo te esquecer, tirar você de mim.

Tentativa  inútil, eu não domino você em mim. Você tem um espaço indefinido, ilimitado e incondicional dentro de todo meu Ser.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 11 de abril de 2012


Algumas coisas são pra sempre, e são justamente essas que eu tanto procuro. Eu não quero passar uma vida inteira na mentira, embora vejo em volta tudo virando pó. Eu quero o que é essencial, imortal, o que rasga, queima, arde. Eu quero o que é doce, flameja. Eu quero o mel e o fel. Quero o que faz a gente se sentir bobo, feito criança curiosa diante do perigo. Quero o que me faz sentir viva da ponta dos pés até o último fio de cabelo.

Pode ser um norte, uma direção, um porto. Um beijo, um abraço, ou quem sabe um reencontro emocionante.

Eu não quero a espera na janela, o silêncio do nada, o medo do talvez. Eu não quero o morno, o mais ou menos, o meio quente, meio frio. O tédio. O vazio.

Eu quero sentir toda a intensidade das sensações do mundo. E todas misturadas numa só.
Mayna Delle Donne Néo

quinta-feira, 5 de abril de 2012

As estrelas piscam?

É uma dor que rasga, espatifa, murcha. É como se faltasse um pedaço do que sou. É como se o céu ficasse escuro e de repente as estrelas perdessem o brilho. É como se o trem parasse de fazer viagens sonhadoras. É como se eu fosse pela metade. É um arrepio e um aperto que me acalenta morbidamente, fazendo com que me torne doce. E me torno doce porque não consigo ser amarga e ainda sim carregar a dor de ter longe o que eu mais queria perto.

Preciso tentar, preciso sorrir, estar cheia de gente por perto, não parar um minuto de ocupar o tempo que passa friamente descompassado, sem propósito, sem sonhos. É triste a agonia de quem não tem perspectiva, de quem não tem aconchego. Às horas são inquietas, silenciosas, e nem o frio no peito é capaz de tirar o morno da alma.

Mayna Delle Donne

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eu tenho sentido um calafrio, seguido de uma vontade imensa de procurar o pedaço da minha alma que ficou na esquina com as flores de outubro.

terça-feira, 6 de março de 2012

Pequenos fragmentos


Olha, eu agi errado em invadir teu espaço aquele dia, mas não me arrependo do que falei, porque, para mim, sempre foi vital dizer tudo que sinto. Pedi desculpas por ter invadido o teu espaço, e não estou entendendo a sua agressividade. Nunca te fiz mal, nunca te agredi com palavras. Nunca deixei de ter carinho e respeitar a sua pessoa. Eu fiz errado em sentar na mesa? Em te olhar? Em te falar tudo que sentia? Fiz, pra você sim. Mas porque você resolveu pegar raiva de mim, ou qualquer outra coisa parecida com isso. Pense, reflita. Você pega raiva das pessoas para deixar de gostar delas. E se essa é sua técnica, parabéns! Porque você conseguiu pegar de mim. Nâo vou usar a sua técnica, poderia usar ela agora, por tudo que você já me falou, por tudo que já rolou. Você me tratou aquele dia como se eu fosse uma estranha. E ainda sim, eu te tratei bem, eu não consegui revidar qualquer agressividade vinda de você. Eu não disciplinei meu cérebro e nem minhas atitudes para pegar raiva de você e consequentemente te esquecer. Porque acho isso a maior covardia que existe. E a maior enganação. Você não esquece alguém pegando raiva e tratando mal, você esquece alguém quando é tratado mal. E se você quer mesmo que eu te esqueça, você tá no caminho certo.
Se você soubesse o carinho que eu tenho por você, e como te quero bem, você se sentiria mal de estar agindo assim.

Sabe, quando somos crianças e sentamos quietos, no nosso mundinho? E começamos a olhar em volta? Olhar ao redor. E olhamos sem pudor para nossos desejos e sonhos? Quando idealizamos com toda aquela pureza e inocência? Você foi isso pra mim, eu te olhei e amei da maneira mais pura e profunda que alguém pode amar outro Ser Humano. E em tão pouco tempo, você passou a ser uma pessoa importante em minha vida.

Que fique claro: não deixei de te amar, porque ninguém deixa de amar do dia pra noite. Se deixa é porque nunca amou. Ou porque é muito volúvel. Eu canalizei que te quero apenas como amiga, te respeito e te apoio. No momento em que saí daquela porta, em que te perguntei e virei as costas, e fui andando para a mesa, naquele instante, passou um filme em minha mente. E decidi que eu não quero amar sozinha. Eu esperaria mil anos pra ficar com você, se soubesse que você sente o mesmo. Mas, não suportaria esperar um dia sabendo que amo sozinha. O amor tem que ser recíproco. Tem que ser inteiro. Completo, entre dois. Não entre um. Se eu te amo, se eu te trato bem, se eu te quero bem, eu faço bem pra você, eu conquisto, eu sou amável. Se eu não tenho de volta, se eu recebo espinhos quando entrego rosas, é porque algo está errado, portanto é hora de mudar meus valores e sentimentos.
Não estou mais disposta, não irei falar o que sinto, não irei incomodar teu tempo, invadir teu espaço, não irei mais atrás de você. Te dou minha palavra. Agora é isso: ficar na minha, e te esquecer. Mas ainda assim, quero que seja muito feliz, porque você merece, e merece muito, quero sua amizade, nada além disso.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 5 de março de 2012


Às vezes bate um aperto imenso no peito. Uma sensação de impotência perante os fatos. Uma vontade louca de correr do mundo, das pessoas. Uma vontade de gritar até ficar sem voz, de prender o ar na tentativa de respirar melhor. Uma vontade da simplicidade e se deparar com o egoísmo, com a ganância, com o fracasso. Uma vontade de flores, cores, bichos. E pelo caminho encontrar casa, cimento, vazio e medo. Às vezes bate uma vontade de fugir, de se enfiar num buraco, de se proteger. De voltar pra o útero, de colo, de carinho. Às vezes bate uma vontade de falar tanta coisa...
E é bem nessa hora que eu vou tomar um café e esquecer o que penso, o que sinto e o que quero.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

frustração

Eu esperava mais de você. Eu esperava menos de todos. Mas de você eu esperava mais. Eu queria um sorriso, um olhar leve. A mágia que você sempre me passou. Eu queria apenas isso. Eu queria que você fosse natural. Espontânea. Sem máscaras. Sem rodeios. Sem barreiras. Me deu uma vontade louca de te colocar nos braços e te beijar. De te olhar sem pudor. De te sentir. Eu olhei fixamente, busquei, te procurei, mas você não tava ali. Você não esteve. Eu estava sozinha.

Eu queria apenas uma palavra. Eu queria qualquer coisa vinda de você que mostrasse um carinho. Um sentimento. Uma memória do que passou.

Mas não teve nada. Não teve o que eu mais esperava, que era o mínimo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O passado não passou


E aqui estou de novo.
Como numa fulga, escrevo para aliviar toda minha dor. Um vômito de palavras descontidas, sem nexo. Um grito silencioso que desafina por minhas entranhas. Como se tudo isso fosse adiantar. Como se fosse possível esquecer o essencial. Como se fosse possível enganar a si mesma. Não é a palavra, não é a frase, não é o contexto, muito menos as vírgulas. Não é a válvula de escape da escrita, nem a natureza com toda sua formosura, nem o dia que sempre nasce cheio de expectativas. Nem as folhas secas que voam para longe formando um quadro. Nem o ponto final. Nada, absolutamente nada será capaz de fazer com que minha memória acalente, como se fosse possível esquecer toda intensidade do que passou.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Eu admito minha insensatez, minha fraqueza, minha falta de controle, minhas tentativas falhas, minha saudade acalentada, meu mau humor vespertino, meu medo obscuro. Eu admito o que não domino, nem nunca vou dominar. Eu admito que sem você tudo é um erro.
Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Memórias


Quando estou sem inspiração, sem ânimo, sem alegria de viver, quando a vontade de acreditar parece não existir mais. Quando o lúdico, o belo e o fantasioso parecem se esvair. Eu paro por um instante e me lembro, e é como a chuva ao final da estiagem, é uma lembrança que brilha mais que um breve instante, uma lembrança acalentada do teu toque, do teu sorriso, da tua aura.
Complicado explicar em simples linhas, o que sinto no mais profundo do meu Ser.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E a vida é tão morna sem...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Is This Love



Eu te amo porque você é doce, porque quando te olho eu sinto meu sangue vivo em minhas veias, minha respiração descompassada. Eu te amo porque não preciso de retribuições, de palavras, de promessas. Eu te amo porque te amar me faz feliz. Eu te amo porque minha alma fica calma quando estou com você, porque eu me sinto como um super-herói. Eu te amo porque cada detalhe teu, cada idiossincrasia, cada feixe de luz que sua alma transcende me faz mais humana, me faz mais profunda. Eu te amo porque eu me rasgo inteira pra te entender, pra entender o que ninguém enxerga, pra te mostrar o que ninguém vê. Eu te amo porque eu poderia viver uma vida inteira longe de você, mas eu escolhi estar perto, eu escolhi primeiro a você, depois a mim.
Eu te amo porque eu posso sentir o que você pensa, os seus medos, seus fantasmas. Eu te amo porque eu deixo em segundo plano minha felicidade se for pra te ver bem, se for pra te fazer feliz. Eu te amo porque você é um Ser Humano lindo, e você não tem dimensão do quanto, e isso te faz mais ainda ser o que és. Eu te amo porque admiro até seus defeitos, seu lado obscuro. Eu te amo porque eu te levaria para um passeio na chuva e se por acaso você enjoasse dela e quizesse o sol, eu desenharia nuvens e um arco-íris bem gigante. E quando seus dias estivessem cinzas e mornos, eu te levaria até o infinito pra te fazer sorrir, sentir a vida intensamente. Eu te amo porque eu assumo que você longe da minha vida é o maior erro que existe, e mesmo eu não tendo o poder de ter você por perto, eu te invento por aqui todos os dias. Eu te amo porque sua alma brilha, porque sua energia é viva, é leve. Eu te amo porque eu poderia amar qualquer pessoa, mas jamais entenderia o que é o amor antes de te amar. Eu te amo porque você é minha natureza, é minha flor, minha cachoeira, meu pé descalço, sujo de barro, minha brisa com cheiro de tutti frutti, meu ar fresco das manhãs, meu feixe de luz com poeirinhas brilhantes que entra por minha janela formando um universo mágico. Eu te amo porque sua ausência me dói a cada segundo vivido. Eu te amo porque na falta da sua pureza, do seu ar calmo e sorriso sereno, é na natureza que descarrego minhas emoções, purifico minha mente, renovo minha alma. Eu te amo porque você faz brotar algo leve dentro de mim, doce, que tira meus pés do chão, que me vira de ponta cabeça. Eu te amo porque minha alma fica irradiante ao te ver, o peito estufado, o coração bombando forte, o olhar com um brilho intenso. Eu te amo porque sua alma está enlaçada com a minha, presa a um nó que nunca se desfaz. Eu te amo mesmo que de longe. Eu te amo mesmo quando tento desistir de você. Eu te amo quando percebo o quanto é impossível desistir. Eu te amo quando sinto que pra isso teria que desistir de mim.

Mayna Delle Donne Néo



Existe uma ave chamada Quetsal e que morre quando colocada em uma gaiola.

Essa ave me lembra o que o Ser Humano não é. Nós suportamos a vida numa gaiola. Nós criamos a gaiola pra nossa própria proteção. Fechamos a janela para o sol. Fechamos a porta para o novo. Nos tornamos sopro de cinza, mornos como um café fora do ponto. Mortos pela monotomia, apagados pouco a pouco pela mesmice.

A alegria boba passa a ser uma mera recordação da infâcia. O sorriso espontâneo uma raridade, uma busca incansável. Toda a liberdade que almejamos é utópica. Não conseguimos ser livres. Precisamos de algo que nos amarre ao chão, que nos lace. Precisamos de um nó, mesmo que cego. Precisamos de segurança. Ser livre é ser inseguro, é se deixar levar, é não se preocupar com o amanhã. É ser desprendido.

Nós vivemos numa gaiola. Quando topamos com a liberdade, nos encolhemos. Ficamos murchos, cegos, mudos. Sentimos frio e um medo que chega a congelar a espinha. Logo, voltamos a procurar algo que nos preenda. A zona de conforto. As amarras ao chão. Assim, apagamos o que temos de mais bonito em nós: a leveza.

Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mas que porra é essa? De viver controlando tudo, de beber de leve, de comer de leve, de andar na linha, de fazer assim, de tentar ser perfeito. Eu quero é ser assim, bem assim. Quero ser exagerada, quero transbordar, quero uma alegria que me faça gritar sem ter vergonha alguma, sem pedir licença. Quero sentir cada célula do meu corpo completamente viva e pulsando.

Mayna Delle Donne Néo
Vazio. Raso. Sem sentido. Cinza. Enraizado. Estilhaçado. Em errupção.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sonhos enferrujados


A gente constrói castelinhos e dentro deles moram sonhos, amores, cores. Dentro deles nós moramos. Dá uma dor enorme desconstruir. Porque nos tornamos parte do castelinho, a partir do momento em que se cria, em que se sonha, eles moram dentro da gente. Passam a fazem parte de nós. Destruir, ou deixá-los com que morram é uma dor desgraçada.

Será que conseguimos realmente desconstruir?
Talvez eles sempre habitarão em nós. Mesmo que mofados, mesmo que despedaçados. Mesmo que sombrios. Os sonhos não morrem. Eles apenas murcham.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Só agora


Deveria existir um mecanismo no cérebro que extinguisse o passado e o futuro. Assim, existiria só o presente. Só o agora. Bem instintivo, bem animal.

Me encantaria saber que posso viver leve, livre, sem culpa, sem achismos, sem pretensões. O passado é um tormento, o futuro uma preocupação. Passamos o presente questionando o passado e idealizando o futuro. Estamos cegos por um imediatismo nostálgico que nos faz lembrar o que foi bom, e desponta um querer torturante, rápido como o desenho de um raio, mas sem barulho de trovão.

Pensamos no amanhã, mas esse "pensar" é uma válvula de escape para uma procrastinação fatigante. Só queria poder dizer "Carpe Diem" e saber que em nenhum momento do dia vou pensar em nada, absolutamente nada, apenas no agora.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Triste é saber que algumas pessoas que passam em nossas vidas duram apenas o tempo de um cigarro.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O silêncio precede o vazio


Silêncio, minha alma está em silêncio. Percebo brotar, minunciosamente, um desejo torturante. Um desejo que me rasga ao meio e me coloca de ponta cabeça.

De ponta cabeça deparo com minha face nua, frente ao espelho. Um espelho vazio, tão vazio quanto estou agora. Percebo novamente o silêncio, e olho para o lado como quem não quer ver. Me auto-sabotando. Fugindo de mim mesma. Fugindo do que sinto. Do que sou.

O que sou?

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Saudação 2012 !

Ame, simplesmente ame. Ame um pássaro. Ame um olhar. Ame o som do mar. Ame um banho de chuva. Ame cada plantinha e cada ser que existe nesse planeta. Ame com toda a beleza e intensidade que existe, não há nada mais maravilhoso do que isso!

Ame alguém desesperadamente, com pressa, urgência. Ame sem pedir licença. Ame a dor e o prazer que essa pessoa te causa. Ame mesmo que não seja amado, mesmo que... seja em silêncio. Mesmo que aperte as tripas, mesmo que lhe falte o ar. Mesmo que esse amor te vire de ponta cabeça. E quando estiver sem esperança alguma, dê amor. Aprenda que dar amor é mais gostoso que receber. Só quando aprender isso é que irá entender o verdadeiro sentido de amar. Desejo um 2012 doce!

Mayna Delle Donne Néo