segunda-feira, 22 de outubro de 2012

a estrada do meu sonho

A estrada fazia cada vez mais sentido na minha vida. Era preciso estar nela, seguindo um caminho qualquer, ou um destino programado. Mas era preciso estar lá. Era preciso partir sem rumo, querer sem expectativa, sentir sem desespero, caminhar sem direção, sair em busca do autoconhecimento. Em busca de si mesmo. O dia a dia, as pessoas, o tumulto. Tudo isso fazia com que eu ficasse cega, murcha, apática. A realidade massacrava todos os sonhos, massacrava minhas tripas. E eu mais do nunca necessitava viver dos meus devaneios, sempre necessitei viver intensamente apaixonada, com toda a alma, tripas e falta de ar. Viver como uma criança ingênua que transborda por ver um cavalo, ao passar a mão numa flor, ao sentir o cheiro da dama da noite, ao sentir a chuva entrando pelos poros. Ansiava por um fogo de curiosidade, uma chama de euforia. Eu havia por muito tempo fugido de mim. Havia sentindo tantas coisas novas, e aprendido a gostar de fato de alguém. Havia passado por transformações internas, intensas e doloridas. E assim, conhecido a mim mesma, como num espelho interior, um espelho que refletira minha alma. Me perdi entre os sentidos, entre o querer e o agir. Aprendi que quando se quer algo de fato, as chances de tomarmos atitudes são desastrosas, fazendo o caminho fugir da rota. E o caminho para um explorador é essencial. O caminho é seu porto seguro, sua vida. Umas tranqueiras e uma estrada inteira pela frente. Asfalto, sol, música, calor e lugares novos. Ir em direção ao desconhecido, ir em direção aos desejos da alma. Explorando lugares, explorando cheiros, sabores e toques, explorando a si mesmo.
Mayna Delle Donne Néo

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