terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O passado não passou


E aqui estou de novo.
Como numa fulga, escrevo para aliviar toda minha dor. Um vômito de palavras descontidas, sem nexo. Um grito silencioso que desafina por minhas entranhas. Como se tudo isso fosse adiantar. Como se fosse possível esquecer o essencial. Como se fosse possível enganar a si mesma. Não é a palavra, não é a frase, não é o contexto, muito menos as vírgulas. Não é a válvula de escape da escrita, nem a natureza com toda sua formosura, nem o dia que sempre nasce cheio de expectativas. Nem as folhas secas que voam para longe formando um quadro. Nem o ponto final. Nada, absolutamente nada será capaz de fazer com que minha memória acalente, como se fosse possível esquecer toda intensidade do que passou.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Eu admito minha insensatez, minha fraqueza, minha falta de controle, minhas tentativas falhas, minha saudade acalentada, meu mau humor vespertino, meu medo obscuro. Eu admito o que não domino, nem nunca vou dominar. Eu admito que sem você tudo é um erro.
Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Memórias


Quando estou sem inspiração, sem ânimo, sem alegria de viver, quando a vontade de acreditar parece não existir mais. Quando o lúdico, o belo e o fantasioso parecem se esvair. Eu paro por um instante e me lembro, e é como a chuva ao final da estiagem, é uma lembrança que brilha mais que um breve instante, uma lembrança acalentada do teu toque, do teu sorriso, da tua aura.
Complicado explicar em simples linhas, o que sinto no mais profundo do meu Ser.

Mayna Delle Donne Néo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E a vida é tão morna sem...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Is This Love



Eu te amo porque você é doce, porque quando te olho eu sinto meu sangue vivo em minhas veias, minha respiração descompassada. Eu te amo porque não preciso de retribuições, de palavras, de promessas. Eu te amo porque te amar me faz feliz. Eu te amo porque minha alma fica calma quando estou com você, porque eu me sinto como um super-herói. Eu te amo porque cada detalhe teu, cada idiossincrasia, cada feixe de luz que sua alma transcende me faz mais humana, me faz mais profunda. Eu te amo porque eu me rasgo inteira pra te entender, pra entender o que ninguém enxerga, pra te mostrar o que ninguém vê. Eu te amo porque eu poderia viver uma vida inteira longe de você, mas eu escolhi estar perto, eu escolhi primeiro a você, depois a mim.
Eu te amo porque eu posso sentir o que você pensa, os seus medos, seus fantasmas. Eu te amo porque eu deixo em segundo plano minha felicidade se for pra te ver bem, se for pra te fazer feliz. Eu te amo porque você é um Ser Humano lindo, e você não tem dimensão do quanto, e isso te faz mais ainda ser o que és. Eu te amo porque admiro até seus defeitos, seu lado obscuro. Eu te amo porque eu te levaria para um passeio na chuva e se por acaso você enjoasse dela e quizesse o sol, eu desenharia nuvens e um arco-íris bem gigante. E quando seus dias estivessem cinzas e mornos, eu te levaria até o infinito pra te fazer sorrir, sentir a vida intensamente. Eu te amo porque eu assumo que você longe da minha vida é o maior erro que existe, e mesmo eu não tendo o poder de ter você por perto, eu te invento por aqui todos os dias. Eu te amo porque sua alma brilha, porque sua energia é viva, é leve. Eu te amo porque eu poderia amar qualquer pessoa, mas jamais entenderia o que é o amor antes de te amar. Eu te amo porque você é minha natureza, é minha flor, minha cachoeira, meu pé descalço, sujo de barro, minha brisa com cheiro de tutti frutti, meu ar fresco das manhãs, meu feixe de luz com poeirinhas brilhantes que entra por minha janela formando um universo mágico. Eu te amo porque sua ausência me dói a cada segundo vivido. Eu te amo porque na falta da sua pureza, do seu ar calmo e sorriso sereno, é na natureza que descarrego minhas emoções, purifico minha mente, renovo minha alma. Eu te amo porque você faz brotar algo leve dentro de mim, doce, que tira meus pés do chão, que me vira de ponta cabeça. Eu te amo porque minha alma fica irradiante ao te ver, o peito estufado, o coração bombando forte, o olhar com um brilho intenso. Eu te amo porque sua alma está enlaçada com a minha, presa a um nó que nunca se desfaz. Eu te amo mesmo que de longe. Eu te amo mesmo quando tento desistir de você. Eu te amo quando percebo o quanto é impossível desistir. Eu te amo quando sinto que pra isso teria que desistir de mim.

Mayna Delle Donne Néo



Existe uma ave chamada Quetsal e que morre quando colocada em uma gaiola.

Essa ave me lembra o que o Ser Humano não é. Nós suportamos a vida numa gaiola. Nós criamos a gaiola pra nossa própria proteção. Fechamos a janela para o sol. Fechamos a porta para o novo. Nos tornamos sopro de cinza, mornos como um café fora do ponto. Mortos pela monotomia, apagados pouco a pouco pela mesmice.

A alegria boba passa a ser uma mera recordação da infâcia. O sorriso espontâneo uma raridade, uma busca incansável. Toda a liberdade que almejamos é utópica. Não conseguimos ser livres. Precisamos de algo que nos amarre ao chão, que nos lace. Precisamos de um nó, mesmo que cego. Precisamos de segurança. Ser livre é ser inseguro, é se deixar levar, é não se preocupar com o amanhã. É ser desprendido.

Nós vivemos numa gaiola. Quando topamos com a liberdade, nos encolhemos. Ficamos murchos, cegos, mudos. Sentimos frio e um medo que chega a congelar a espinha. Logo, voltamos a procurar algo que nos preenda. A zona de conforto. As amarras ao chão. Assim, apagamos o que temos de mais bonito em nós: a leveza.

Mayna Delle Donne Néo

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mas que porra é essa? De viver controlando tudo, de beber de leve, de comer de leve, de andar na linha, de fazer assim, de tentar ser perfeito. Eu quero é ser assim, bem assim. Quero ser exagerada, quero transbordar, quero uma alegria que me faça gritar sem ter vergonha alguma, sem pedir licença. Quero sentir cada célula do meu corpo completamente viva e pulsando.

Mayna Delle Donne Néo
Vazio. Raso. Sem sentido. Cinza. Enraizado. Estilhaçado. Em errupção.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Sonhos enferrujados


A gente constrói castelinhos e dentro deles moram sonhos, amores, cores. Dentro deles nós moramos. Dá uma dor enorme desconstruir. Porque nos tornamos parte do castelinho, a partir do momento em que se cria, em que se sonha, eles moram dentro da gente. Passam a fazem parte de nós. Destruir, ou deixá-los com que morram é uma dor desgraçada.

Será que conseguimos realmente desconstruir?
Talvez eles sempre habitarão em nós. Mesmo que mofados, mesmo que despedaçados. Mesmo que sombrios. Os sonhos não morrem. Eles apenas murcham.

Mayna Delle Donne Néo

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Só agora


Deveria existir um mecanismo no cérebro que extinguisse o passado e o futuro. Assim, existiria só o presente. Só o agora. Bem instintivo, bem animal.

Me encantaria saber que posso viver leve, livre, sem culpa, sem achismos, sem pretensões. O passado é um tormento, o futuro uma preocupação. Passamos o presente questionando o passado e idealizando o futuro. Estamos cegos por um imediatismo nostálgico que nos faz lembrar o que foi bom, e desponta um querer torturante, rápido como o desenho de um raio, mas sem barulho de trovão.

Pensamos no amanhã, mas esse "pensar" é uma válvula de escape para uma procrastinação fatigante. Só queria poder dizer "Carpe Diem" e saber que em nenhum momento do dia vou pensar em nada, absolutamente nada, apenas no agora.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Triste é saber que algumas pessoas que passam em nossas vidas duram apenas o tempo de um cigarro.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O silêncio precede o vazio


Silêncio, minha alma está em silêncio. Percebo brotar, minunciosamente, um desejo torturante. Um desejo que me rasga ao meio e me coloca de ponta cabeça.

De ponta cabeça deparo com minha face nua, frente ao espelho. Um espelho vazio, tão vazio quanto estou agora. Percebo novamente o silêncio, e olho para o lado como quem não quer ver. Me auto-sabotando. Fugindo de mim mesma. Fugindo do que sinto. Do que sou.

O que sou?

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Saudação 2012 !

Ame, simplesmente ame. Ame um pássaro. Ame um olhar. Ame o som do mar. Ame um banho de chuva. Ame cada plantinha e cada ser que existe nesse planeta. Ame com toda a beleza e intensidade que existe, não há nada mais maravilhoso do que isso!

Ame alguém desesperadamente, com pressa, urgência. Ame sem pedir licença. Ame a dor e o prazer que essa pessoa te causa. Ame mesmo que não seja amado, mesmo que... seja em silêncio. Mesmo que aperte as tripas, mesmo que lhe falte o ar. Mesmo que esse amor te vire de ponta cabeça. E quando estiver sem esperança alguma, dê amor. Aprenda que dar amor é mais gostoso que receber. Só quando aprender isso é que irá entender o verdadeiro sentido de amar. Desejo um 2012 doce!

Mayna Delle Donne Néo