segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E eu to no mesmo barco que você, e eu to no mesmo barco que vocês...


Nem um sorriso tem motivo para florescer no meu barquinho, que viaja oceano adentro. Navego dentro de mim, passeio pelos lugares mais íntimos e obscuros existentes. Pequenos. Frios. Sombrios. Gelados. Suporto, eu, apenas eu. Esta dor um tanto acalentada e calada. Amargurada tento florear pensamentos, tento rebuscar sentimentos complexos demais, sentimentos secretos, que pertencem a mim, e a mais nada, mais ninguém. Não há espaço, o barquinho é tudo que tenho, tudo que sou, tudo que almejo, tudo que espero um dia ser, o âmago de ser. O oceano é vasto. É macabro. É lindo. É assustador. É tudo que vejo e que posso ser. Tudo que tenho medo de ser. A multidão. A vida. O mar. As pessoas. A dor de existir. A dor do nada. O anseio de desejar. A fuga, a morte.

Nenhuma lágrima desponta quando o silêncio da alma procura entender o mundo, quando não consegue compreender nem a si...

E ela ainda é tão só. Ainda é tão só....
Maynna Delle Donne Néo