quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chocolate sem pimenta


E de repente a sinfona perdeu o tom. O palhaço virou piada. A esquina não tinha amores.
O vento soprava sem graça. O coração pulsava dor.
De repente vestiu a roupa. Saiu pra rua. Guardou lembranças. Lembrou de coisas. Chorou e voltou.
De repente a boneca brincava. Implorava afago. Apaixonada. Pela mesma burrice. A mesma tolice errante.
De repente o sol não é mais brilho. O mar é tão distante. A canção não emociona mais. O peito sufoca e some.
Yin não completa mais Yang. Sol não é amante da lua. Beijos não são iguais a carinho.
De repente a dor não é mais a mesma. Relva não coça mais a pele das crianças ingênuas. O dia não espera o seu fim. Amantes não são amados.

Mayna Delle Donne Néo