terça-feira, 6 de março de 2012

Pequenos fragmentos


Olha, eu agi errado em invadir teu espaço aquele dia, mas não me arrependo do que falei, porque, para mim, sempre foi vital dizer tudo que sinto. Pedi desculpas por ter invadido o teu espaço, e não estou entendendo a sua agressividade. Nunca te fiz mal, nunca te agredi com palavras. Nunca deixei de ter carinho e respeitar a sua pessoa. Eu fiz errado em sentar na mesa? Em te olhar? Em te falar tudo que sentia? Fiz, pra você sim. Mas porque você resolveu pegar raiva de mim, ou qualquer outra coisa parecida com isso. Pense, reflita. Você pega raiva das pessoas para deixar de gostar delas. E se essa é sua técnica, parabéns! Porque você conseguiu pegar de mim. Nâo vou usar a sua técnica, poderia usar ela agora, por tudo que você já me falou, por tudo que já rolou. Você me tratou aquele dia como se eu fosse uma estranha. E ainda sim, eu te tratei bem, eu não consegui revidar qualquer agressividade vinda de você. Eu não disciplinei meu cérebro e nem minhas atitudes para pegar raiva de você e consequentemente te esquecer. Porque acho isso a maior covardia que existe. E a maior enganação. Você não esquece alguém pegando raiva e tratando mal, você esquece alguém quando é tratado mal. E se você quer mesmo que eu te esqueça, você tá no caminho certo.
Se você soubesse o carinho que eu tenho por você, e como te quero bem, você se sentiria mal de estar agindo assim.

Sabe, quando somos crianças e sentamos quietos, no nosso mundinho? E começamos a olhar em volta? Olhar ao redor. E olhamos sem pudor para nossos desejos e sonhos? Quando idealizamos com toda aquela pureza e inocência? Você foi isso pra mim, eu te olhei e amei da maneira mais pura e profunda que alguém pode amar outro Ser Humano. E em tão pouco tempo, você passou a ser uma pessoa importante em minha vida.

Que fique claro: não deixei de te amar, porque ninguém deixa de amar do dia pra noite. Se deixa é porque nunca amou. Ou porque é muito volúvel. Eu canalizei que te quero apenas como amiga, te respeito e te apoio. No momento em que saí daquela porta, em que te perguntei e virei as costas, e fui andando para a mesa, naquele instante, passou um filme em minha mente. E decidi que eu não quero amar sozinha. Eu esperaria mil anos pra ficar com você, se soubesse que você sente o mesmo. Mas, não suportaria esperar um dia sabendo que amo sozinha. O amor tem que ser recíproco. Tem que ser inteiro. Completo, entre dois. Não entre um. Se eu te amo, se eu te trato bem, se eu te quero bem, eu faço bem pra você, eu conquisto, eu sou amável. Se eu não tenho de volta, se eu recebo espinhos quando entrego rosas, é porque algo está errado, portanto é hora de mudar meus valores e sentimentos.
Não estou mais disposta, não irei falar o que sinto, não irei incomodar teu tempo, invadir teu espaço, não irei mais atrás de você. Te dou minha palavra. Agora é isso: ficar na minha, e te esquecer. Mas ainda assim, quero que seja muito feliz, porque você merece, e merece muito, quero sua amizade, nada além disso.

Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 5 de março de 2012


Às vezes bate um aperto imenso no peito. Uma sensação de impotência perante os fatos. Uma vontade louca de correr do mundo, das pessoas. Uma vontade de gritar até ficar sem voz, de prender o ar na tentativa de respirar melhor. Uma vontade da simplicidade e se deparar com o egoísmo, com a ganância, com o fracasso. Uma vontade de flores, cores, bichos. E pelo caminho encontrar casa, cimento, vazio e medo. Às vezes bate uma vontade de fugir, de se enfiar num buraco, de se proteger. De voltar pra o útero, de colo, de carinho. Às vezes bate uma vontade de falar tanta coisa...
E é bem nessa hora que eu vou tomar um café e esquecer o que penso, o que sinto e o que quero.

Mayna Delle Donne Néo