quarta-feira, 26 de maio de 2010

Além da imaginação


Hoje to com vontade de gritar bem alto, até sentir minhas cordas vocais doerem. Quero sentir algo novo. Por favor, uma sensação nova, me surpreenda. Quero viver a vida apaixonada, sentir tudo como se fosse a última vez. Quero embriagar-me com refrigerante, quero sair na rua gritando feito criança abestalhada. Quero ouvir a música estalar meus ouvidos. Quero abraçar todo mundo, quero um mundo mais humano. Quero sentir o vento, a chuva, quero pular até cansar, e pular mais e mais. Quero um mundo mágico, quero flores, quero cores, quero desenhos, quero amores. Hoje eu só quero rir e cantar. Pode ser a canção mais besta, a melodia mais pegajosa. Eu quero apenas cantar, sem rima, sem ritmo. Quero ser feliz, será que é possível? Será que peço demais? Quero ver borboletas em cachoeiras, quero sentir o cheiro da natureza, quero deitar na cama e sentir que valeu a pena estar viva. Que eu vivi um dia lindo, que é uma dádiva existir. Que eu posso ser quem eu quiser e quando eu quiser ser. Que não me interrompam. Que não me venham com falsos moralismos. Que não apaguem essa chama de alegria, essa chama nunca pode ser apagada. Porque aí o preto e branco voltaria a reinar. E os 256 tons de cinza também.
Maynna Delle Donne Néo

Protótipo imperfeito


Como é possível viver num mundo onde as pessoas são tão limitadas? Plastificadas por uma grande osmose de tudo que se vê, ouve e vivencia. Vestem- se com este papelzinho ridículo, e acham que realmente os são. Que fatalidade. Como é possível que ainda sim, estejam tão convictas de que realmente são? Como podem enganar a todos com esse personagem tolo, e o pior, como podem enganar a si mesmas? Como viver num mundo onde projetamos ser outros e vivemos por base de referências? Sendo que as mesmas referências são vividas por seres humanos como nós, e que outrora buscaram também suas referências, e assim sucessivamente, vamos repetindo cada vez mais acertos e erros de velhos tempos, projetando ilusões.

E eis que surge o novo, e este é tão temido, que é considerado louco. Louco e genial, louco e revolucionário. Diga-me, quem é o louco da atualidade? O louco da vez? Será ele o gênio de amanhã? Provável que sim.
Prova pura, e realista, de que somos seres ridículos, limitados e ignorantes. Que usamos o cérebro pelo conhecimento histórico, e no presente, estamos alienados. Em um futuro distante, saberemos o que realmente significava o presente que hoje vivemos. Estamos vivendo uma ilusão, tudo que você acha que é hoje, é engano, distorção do teu cérebro, você não é nada disso e à sua volta nada é o que parece ser. Aliás o que parece ser?

Os que seguem suas convicções e vivem sem temer o social. Vivem suas vontades e são considerados egoísticos, bruxos, estranhos, alienígenas, estúpidos, medíocres, animais.
O ser humano designa tudo o que não tem respostas, como algo intocável, como uma realidade terrível. Alivia-se assim, sua incapacidade, é muito mais fácil classificar tudo que é diferente, como estranho, errado, distante. É daí, bem aí, que começa a exclusão social, a guerra, a fome, a ignorância, a preguiça mental.

Evolua.
Maynna Delle Donne Néo

domingo, 9 de maio de 2010


É duro se mostrar. É dificil encarar o que somos. Tão difícil que procurarei, o mais breve possível, uma maneira de ausentar de mim mesma. Deparo-me com uma fragilidade tão mascarada, que muitas vezes, nem eu a percebo.
Dói, lateja e arde, mas eu procuro algo que talvez nunca ache, procuro perguntas sem respostas. Procuro a companhia, em meio à ausência. Procuro tirar de mim essa dor, mas eu mais fujo do que a encaro.
Na verdade, não passo de uma criança mimada, que chora porque não lhe deram doce. Que faz birra e senta longe de todos. Que quer atenção em meio a multidão.
Sou só mais uma em meio a multidão?
Não sei, não quero e não posso admitir, mas talvez seja. Talvez todos nós sejamos.
Todo mundo se acha único, especial, diferente. Por isso, somos todos iguais. Todos sozinhos. Todos tolos, todos superficiais. Todos medíocres.
Maynna Delle Donne Néo