segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E eu to no mesmo barco que você, e eu to no mesmo barco que vocês...


Nem um sorriso tem motivo para florescer no meu barquinho, que viaja oceano adentro. Navego dentro de mim, passeio pelos lugares mais íntimos e obscuros existentes. Pequenos. Frios. Sombrios. Gelados. Suporto, eu, apenas eu. Esta dor um tanto acalentada e calada. Amargurada tento florear pensamentos, tento rebuscar sentimentos complexos demais, sentimentos secretos, que pertencem a mim, e a mais nada, mais ninguém. Não há espaço, o barquinho é tudo que tenho, tudo que sou, tudo que almejo, tudo que espero um dia ser, o âmago de ser. O oceano é vasto. É macabro. É lindo. É assustador. É tudo que vejo e que posso ser. Tudo que tenho medo de ser. A multidão. A vida. O mar. As pessoas. A dor de existir. A dor do nada. O anseio de desejar. A fuga, a morte.

Nenhuma lágrima desponta quando o silêncio da alma procura entender o mundo, quando não consegue compreender nem a si...

E ela ainda é tão só. Ainda é tão só....
Maynna Delle Donne Néo

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O que é ridículo no ser humano.....


A estupidez humana é algo ao qual ainda não aprendi a conviver. E nem pretendo.
Passam pela vida como soldadinhos. Estudam. Trabalham. Compram uma casa. Compram um carro. Compram outro. Vivem reclamando das dívidas. Sempre querendo mais. Choram frustrações. Sofrem por não ter tempo suficiente de observar o pôr do sol, mas se sobrar um tempinho arrumam logo uma hora extra no serviço para ter mais dinheiro. Servem ao exército capitalista. Encobrem o roubo quando é para seu próprio gozo, mas quando o político é quem rouba, é ladrão e safado. Não perdem a chance de passar na frente do vizinho, de furar a fila do supermercado, de passar no sinal vermelho, de sonegar impostos, mas quando é o deputado que dá passagem para a namorada, ah, ele é filho da puta! Mas se tivessem no poder, talvez seriam muito mais corruptos que os mesmos- que tanto criticam.

São humilhados por notas de papéis. Humilham pessoas por papéis. Passam desatentos por alguém que cata lixo e dorme na rua. Comem. Bebem. Trabalham. Gozam. Dormem, acordam e riem de coisas idiotas. Discriminam tudo aquilo que não conhecem, e não querem conhecer nada que fuja do seu "Mundinho", da regra. Não conhecem nada e o pouco que sabem é suficiente para comprar verdades e sair vendendo-as por aí. Não se preocupam com a natureza. Jogam lixo na rua. Pouco lhe interessa em fazer algo de útil para o planeta, mas não lhes falta: o futebol aos domingos, a cerveja no bar, a TV para distrair- afinal, teu time tá na primeira divisão, eba, viva o timão!

Maynna Delle Donne

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Várias faces


O corpo arrepia-se. A espinha arde e eu pisco lentamente. Chove há três dias sem parar. Aqui estou de novo. Sento-me na frente desta tela modorrenta, no mesmo quarto de sempre. Vivo o meu mundinho. Leio algumas coisas e ouço outras. Tento me distrair daquela velha sensação - o vazio que arde na alma.
O mundo lá fora parece ser lindo - se for analisado como um quadro na parede.
O mar com suas ondas arrebentando nas areias da praia, agora já resfriadas pela noite.
Ou talvez, penumbra, feio - centenas de bandidos assaltam pessoas, umas morrem, e a morte é tão banal, quanto acender um cigarro no trânsito “a tal da ultraviolencia”. Algumas mulheres nesse momento em que escrevo, estão sendo estupradas, e ninguém sabe de nada. Beatriz não chegará viva essa noite - como de rotina. Sua próxima estada é o cemitério. Amanhã o jornal falará por ela.
Sinto que já estou velha, que passei da medida. Por volta dos meus 85 anos. Sinto as rugas, o corpo frágil, o mal–humor muito presente. Hoje analiso mais, e parece que a vida no final das contas, é uma grande peça de teatro, um espetáculo sem fim. A cortina abre e fecha sem parar. A cada momento, um artista apresenta um novo personagem desconhecido. Hoje sou Maria, vivo aqui há 85 anos, neste planeta chamado terra, tenho duas filhas, e fico observando elas viverem tudo que um dia já vivi.
Amanhã serei a Cláudia, acordarei às 5 da matina, pegarei o ônibus às 6. Por volta da meia noite estarei em casa, meu tempo livre é 4 horas de sono mal dormidas.
Fecha- se a cortina, abre-se mais um dia.
Hoje sou a Lúcia, tenho as duas pernas amputadas, e não enxergo, sofri um acidente quando tinha 16 anos, e desde então estou viva - se é que posso chamar isso de vida.
A vida passa e fica diante das cortinas. Umas chegam no palco sem ao menos saber atuar, outras passam a vida toda aprendendo. Algumas já sabem sem sequer ter aprendido. E todas são a mesma. A Beatriz. A Maria. A Cláudia. Todas são a mesma mulher. Ou o mesmo homem.
Todos temos uma imensidão de pessoas dentro de nós. Uma vastidão de pensamentos, idéias, dualidades, sonhos, contradições.
Cássia sou eu, é você, é a mulher sentada ao seu lado no cinema. É a “certinha” que vai ao culto todos os dias, não fuma, não bebe, não fala besteira. E que no final da noite “vira a louca” que bebe todas e beija a balada inteira- sem se lembrar de nada no dia seguinte.
Somos todas, muitas vezes não somos nenhuma. Tentamos ser a vida toda alguém, e descobrimos no final das contas que não somos ninguém. Ninguém vive. Ninguém morre. Ninguém é feliz. Apenas estamos tentando. Vivendo, morrendo, aprendendo e sorrindo. O sentimento é passageiro, a vida é passageira, a morte é passageira, eu sou passageira, você também. Estamos no mesmo barco, no mesmo navio, no mesmo avião. Indo pra não se sabe onde. Vivendo não se sabe como. Buscando não se sabe o que. Somos várias mulheres, e alguns homens também, mas estamos sozinhos ainda assim.
Somos um, e ao mesmo tempo dois.
Somos três, quatro, cinco. Somos seis. Somos tudo. Somos nada. Ninguém é apenas uma pessoa. Não se define como “o tal”-o politicamente correto. Nem como o bandido. Somos os dois.
O resto são apenas valores conservadores e estagnados no tempo - que rotulam a dualidade como dupla personalidade.

Maynna Delle Donne

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Angústia exaustiva


Sentada num quarto escuro, no chão.
Abandonada.
Enclausurada.
Sombria.
Calada.
Escrava do tempo- ditado por sentimentos fúteis e passageiros.
Tudo funcionando.
O corpo respira.
O coração bombeia.
O sangue corre nas veias.
Os olhos piscam compulsivamente.
A boca saliva.
Os passos procuram a estrada.
Patologicamente normal, fisiologicamente viva.
E a alma?
O mais obscuro de mim, o recheio do ser humano.
A imensidão.
A sensação de expansão.
A energia ativa.
Cadê?
Onde foi parar o sentimento que preenche o homem- se é que algum dia ele existiu.
O que existe em mim, é apenas procura.
Apenas perguntas.
Apenas angústia.
Apenas dor.
A única forma plausível de resposta existente- é a dor de que não existe respostas.
Por mais que seja procurada, questionada e reinventada.
A resposta tem caráter ambíguo-isso quando encontrada.
Pois em sua maioria, ela sempre será a sombra, o escuro, o medo.
Resumir a vida em orgânica à torna objetiva, e isso ela nunca foi.
A vida é tão subjetiva que elimina doses de superficialidade.
Doses simplistas.
Sem respostas, o que me resta é a inquietação.
A dúvida constante e permanente que transborda o pensamento.
Que enforca a alma.
Me tornando cética e patética. Sentimentalista.
Sentimentalismo latente causado pela minha angústia- que é como qualquer sensação- efêmera.
Não existe SER, existe ESTAR.
Estou angustiada.
Maynna Delle Donne

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Seres humanos, a dor do pensamento


Somos geneticamente estúpidos ou/e muitas vezes nos deixamos apenas ser.
Tentam nos fazer engolir que existe a liberdade e “cegos” fingimos que acreditamos.
A utopia é a única forma que existe livremente em todos os cérebros.
Somos todos míseros soldados do aglomerado humano. Míseros mortais sem explicação.
Alguns tentando vestir se moda, outros tentando fugir da mesma, se iludem com a falsa sensação de escolha.
Comemos comidas saborosas com à consciência pesada e a mente podremente culpada, ou comidas naturais e nos sentimos programados e previsíveis.
Vivemos do ócio criativo ao eterno tédio destrutivo.
A ambigüidade que nos move, move também o mundo, o caos é a confusão, a dualidade se instaura. Desejamos e pensamos entre dois pólos distintos, o ser e o estar, o certo e o errado, o bem o mal, a vida e à morte.
Somos protótipos e esperamos que em determinado momento alguém nos rotule em uma determinada prateleira ou nos mesmos acabamos fazendo isto.
Definimos todas as pessoas (nos também) seja em classes sociais, música, cinema, religião, opção sexual, cor preferida ou mesmo cor da pele.
A verdade é uma só, ninguém se satisfaz com a vida. E mesmo tentando nos definir entre as diferenças, o que é nítido é a semelhança entre nós: seres pensantes, porém sem as maiores perguntas respondidas, somos curiosos, mas não temos condições de saber se “o big bang” é realmente verdade ou é mais uma teoria evolucionista fálida. Se nascemos com alguma missão, ou nossa única missão é morrer a partir do momento em que estamos vivos. Raciocinamos e criamos a guerra para obter a paz. Ao invés de à paz pela paz. Estupidamente cria-se a bomba que destrói nosso planeta. A arma que mata outro semelhante. A droga que destroí em câmera lenta.
O vazio existencial assombrou nossos ancestrais e vai continuar nos assombrando, até que o homem "quem sabe"um dia tenha evoluído o suficiente e consiga encontrar respostas- e não hipóteses, que ora são “as da vez”, ora são desmascaradas.
Enquanto o caos não se instala por completo, para mostrar que estamos grotescamente errados, com nossas vidas capitalistas(egoístas)desvinculadas totalmente da espiritualidade- continuamos seguindo, vamos ocupando o vazio com o trabalho, arte, filosofia e psicologia. Preenchendo lacunas de medo, angústia e tristeza, que são consequências do próprio vazio.
Infelizmente é difícil perceber que, quanto mais fugimos do vazio existencial (que nos faz mergulhar no mais obscuro de nossa alma para obter evolução espiritual). Mais somos vítimas- nos tornamos consumistas “frustrados”, à comida desregulada fingi alimentar o estômago, mas deseja alimentar a “alma” (o vazio da alma). Os vícios altamente destrutivos(drogas, jogos de azar, e etc..)também. E nada é preenchido, o vazio continua lá, alojado, imóvel. A única forma concreta que preenche é a busca por entender a si mesmo. O mergulho sem medo, na escuridão chamada ser humano.
Maynna Delle Donne

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Medo de ter medo.


Medo de ser feliz. Medo de amar. Medo de tentar. Medo de se apaixonar. Medo de chorar. Medo do Medo. Medo de fantasmas. Medo do mar. Medo de aranha. Medo das pessoas. Medo de falar em público. Medo da violência. Medo do dia. Medo da noite. Medo da dor. Medo da infelicidade. Medo da saudade. Medo do dentista. Medo do elevador. Medo de Extraterrestres. Medo de avião. Medo de dormir. Medo da traição. Medo da verdade. Medo de altura. Medo do escuro. Medo de dirigir. Medo da chuva. Medo da morte. Medo do fim. Medo do começo. Medo do sucesso. Medo do fracasso. Medo de perder. Medo de ganhar.

Hoje analisei todos os medos que sinto. Deparei-me com a quantidade de MEDO que cada situação atrai para minha vida, consequentemente percebi a quantidade de NÃOS que eles trazem.

Ultimamente tenho percebido uma aversão implícita ao medo.
São tantos medos em um só. Infinitos. Acredito que a partir do momento em que se está vivo, existe o medo. E que cada ação seja responsável por um tipo diferente de medo.

O medo é algo consciente e ao mesmo tempo inconsciente que nos torna fracos, sem forças para tentar. O medo faz de nos verdadeiros paralíticos, céticos, covardes, impotentes e inertes. O ser humano em sua maioria tem medo de ser feliz, mas precisamente medo de chegar até a felicidade, pois o caminho é o árduo. Ele prefere acomodar-se na infelicidade, estático, na zona de conforto, tentar e errar é bem mais frustrante para muitos.
Maynna Delle Donne

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sonhos


Já era madrugada quando deitei-me e dormira profundamente - como um trabalhador exausto após um dia de esforço, entrei num sono profundo e num sonho que definitivamente não foi mais um sonho. Seria uma memória de outra vida? Uma premunição? Ou apenas imaginação do cérebro?
Passara o dia anterior questionando o porquê do EXISTIR.
E é uma questão que nunca vai me calar. Posso estar velha, modorrenta e esperando a morte sentada numa cadeira de balanço, assistindo a vizinha gozar sua juventude, seus namoros, suas confusões e suas inquietações. Eu vou olhar para o mais obscuro de mim e questionar – Por que eu passei a vida toda querendo saber perguntas a quais jamais teria a resposta. Perguntas frustrantes. Perguntas que não querem calar e muito menos ser respondidas. Seria otimismo demais dizer que estou ótima e que a vida é extremamente maravilhosa e me completa como um sonho. Utopia.

Resgato meus maiores monstros e infernizo-me angustiosamente, remoendo tudo que está borbulhando, querendo sair, querendo RESPOSTAS. Mas que respostas seriam estas?
Fico inquieta, suando frio e totalmente cética. E o ceticismo que ao mesmo tempo me acomoda -por afirmar que não se pode obter nenhuma certeza a respeito da verdade. Me sufoca deixando a vida tão objetiva e prática que me faz perder o tesão e o sentido de viver.

Não consigo acreditar por inteiro em nada e muito menos acreditar por inteiro quando o assunto é RELIGIÃO. Pelo contrário, questiono buscando a verdade absoluta e a essência da vida. Infelizmente até hoje não achei nenhuma resposta que pudesse me rejuvenescer suficientemente para viver SATISFEITA.
Maynna Delle Donne

terça-feira, 19 de maio de 2009

A bailarina fumante


"Era como se naquele momento as cores tivessem paralisado, eu olhava fixamente o abajour meia luz e diante de uma garrafa de uísque eu imaginava minha vida. Uma linda boneca de vestido volumoso e vermelho, cheio de renda, olhava fixamente para mim.
Uma bailarina a qual eu conhecia há tempos pela sua magia e mistério, a impressão a qual ela me passava era que a qualquer momento ela fosse possuir vida humana e sairia a dançar pelo meu quarto...
Eu fumava desesperadamente um cigarro que secava minha boca e me deixava inquietamente com sede do uísque que eu tanto fitava com os olhos - olhos que já não sabiam o que procuravam....
A madrugada estava fria e dentro de um quarto mórbido a solidão era apenas psicológica, pois sabia que a boneca estava sempre presente, conversavamos horas e horas sem parar e as vezes ela me pedia um trago, ... mesmo morta ainda sofria amargamente o vício a ponto em que se me visse ao longe fumando, disparava a dançar pelo quarto até que eu a notasse....."
Maynna Delle Donne

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Infância

Como era bom ser criança, andar por aí sem compromissos, viver feliz por pequenos motivos. O que para um adulto precisa ser extremamente interessante para ganhar o dia, para uma criança um simples brinquedo já o faz sorrir pelo resto do dia.
Não quero ir contra os poetas que enfatizam a beleza de cada idade, aliás, estes que me perdoem, mas a infância sem dúvida é a melhor fase da vida. Quando se é criança o mundo é colorido e os sonhos são cultivados dentro de nossas cabeças como coisas possíveis e totalmente realizáveis. Sonhamos em ser super-heróis, astronautas, bombeiros, fadas, gigantes, ou simplesmente em mudar o mundo.
Sonhamos em ser tudo e ao mesmo tempo nada. Sonhamos com voracidade e pureza. Sonhamos sem medo de ouvir NÃO, mesmo que essa seja a palavra mais ouvida na infância. A infância é tão marcante e importante que nela ficam enormes traumas futuros se não for vivenciada com extremo cuidado de nossos educadores e familiares. Também é na infância em que vivemos nossas primeiras experiências, fruto mais tarde da nossa realização ou frustração.


Afinal, existe curso para ser médico, professor, dentista, enfermeiro, mas não existe curso para ser pai(mãe),para isso basta a relação sexual.
Maynna Delle Donne

domingo, 8 de março de 2009

Oito de março de 1857.


Há exatamente 152 anos mulheres operárias protestavam contra as más condições de trabalho e reduzidos salários- indo a passeatas e lutando pelo feminismo- quando um choque policial fez com que elas voltassem para fábrica onde trabalhavam (uma indústria têxtil em Nova York), e lá foram todas queimadas- 129 mulheres morreram naquela noite. Mulheres que estavam apenas lutando por uma sociedade justa com direitos iguais, contra um grande poder dominante na época, o poder chamado: HOMEM.
Com muita coragem essas mulheres deram a cara para bater fazendo história e hoje comemoramos esse dia que é tirado para nos homenagear. Esse dia do ano que tanto lutamos para fazer valer.
Infelizmente estamos quase dois séculos após a revolução e ainda podemos ver resquícios do machismo tanto masculino quanto feminino embutido na cabeça de milhares de pessoas.

E fica a dúvida,
O machismo é uma herença que passa de pai para filho?

Ou é apenas uma característica própria de cada pessoa?
Maynna Delle Donne

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

E tudo termina em cinzas...


A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da quaresma no calendário cristão ocidental. As cinzas representam a efêmeridade do ser humano e seu clamor por misericórdia, ela é um símbolo sobre o dever da conversão - mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
No Catolicismo Romano, é um dia de jejum e abstinência. Missas são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo o padre administrando a cerimônia. O padre marca a testa de cada celebrante com cinzas, deixando uma marca que o cristão normalmente deixa em sua testa até o pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Oriente Médio de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante a Deus.
Acreditanto ou não, a quarta-feira de cinzas é uma crença católica milenar assim como existem milhares de crenças em diversas religiões. Existem também quem não acredita nelas, que é o meu caso .Enfim todas merecem respeito desde que saibam também respeitar e não julguem outras por suas diferenças.
A crença é a certeza que se tem de alguma coisa, é uma tomada de posição em que se acredita nela até ao fim. Mas uma pessoa pode acreditar em algo e, ainda assim, ter dúvidas. Acreditar em alguma coisa é dar a isso mais de 50% de chance de ser verdadeiro. Acreditar é ação.

E você no que acredita?

Tem dúvidas?

Acredita piamente?
Maynna Delle Donne

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Frustração


Será que esse eterno vazio não vai cessar nunca?
Fico pensando em tudo que poderia ser se ele não me perseguisse.
Todos meus desejos mais íntimos , todos os sonhos que borbulham dentro de minha alma e suplicam forças para que possam ser realizados.
Será que isso ocorreria se eu tivesse plena consciência do que sou ao TODO?
E nesse exato momento ao invés de estarem latejando e se tornando eternos sonhos frustrados - guardados como bonequinhos mortos. Estariam queimando por dentro meu coração de alegria - o doce prazer da realização.
E todas estas marcas tristes e inseguranças.Todos esses medos e fracassos que tanto me assombram seriam transformados numa grande mulher - corajosa e segura de tudo isso chamado VIDA.
Maynna Delle Donne

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Mistério


"Seria preciso conhecer vários truques seus...vários charmes e principalmente decifrar olhares que vem em momentos em que eu menos espero,seria preciso ter você longe de tudo isso, ao menos uma vez.E aí sim eu poderia dizer que embora você tenha a sua disposição um catálogo vasto de todos os meus desejos e vontades....
você ainda não experimentou-me...."
decifro e devoro-te!
Maynna Delle Donne

sábado, 10 de janeiro de 2009

Escolhas.....


E a vida é feita delas.
E eu fiz a minha.
Estou vivendo, optei por estar aqui.
Por tentar dar o melhor de mim.
Tentando buscar nas pequenas coisas um sentido para me sentir viva, me sentir útil.
Escolha.
Escolhi tudo isso...
Escolhi ser quem sou, escolhi meu sapato, escolhi a cor da minha blusa do almoço, escolhi andar por aí quando estou magoada, escolhi guardar dos outros quando me sinto perdida e carente, escolhi sofrer calada e tentar ser de ferro, escolhi pensar na vida, escolhi procurar sentido pra tudo.
Escolhi ENLOUQUECER.....
Maynna Delle Donne

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Vida


É esse vazio constante.
Não é fome nem nada supérfluo.
É a insatisfação insistente com tudo em volta.
Mais que isso,com o que está de dentro de mim.
Que eu nem sei o que é.
Não sei quem sou ao todo.
Na verdade no momento em que busco, não só me torno mais insatisfeita, como mais LOUCA também....
Mas deixar de buscar jamais.
Maynna Delle Donne