quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Angústia exaustiva


Sentada num quarto escuro, no chão.
Abandonada.
Enclausurada.
Sombria.
Calada.
Escrava do tempo- ditado por sentimentos fúteis e passageiros.
Tudo funcionando.
O corpo respira.
O coração bombeia.
O sangue corre nas veias.
Os olhos piscam compulsivamente.
A boca saliva.
Os passos procuram a estrada.
Patologicamente normal, fisiologicamente viva.
E a alma?
O mais obscuro de mim, o recheio do ser humano.
A imensidão.
A sensação de expansão.
A energia ativa.
Cadê?
Onde foi parar o sentimento que preenche o homem- se é que algum dia ele existiu.
O que existe em mim, é apenas procura.
Apenas perguntas.
Apenas angústia.
Apenas dor.
A única forma plausível de resposta existente- é a dor de que não existe respostas.
Por mais que seja procurada, questionada e reinventada.
A resposta tem caráter ambíguo-isso quando encontrada.
Pois em sua maioria, ela sempre será a sombra, o escuro, o medo.
Resumir a vida em orgânica à torna objetiva, e isso ela nunca foi.
A vida é tão subjetiva que elimina doses de superficialidade.
Doses simplistas.
Sem respostas, o que me resta é a inquietação.
A dúvida constante e permanente que transborda o pensamento.
Que enforca a alma.
Me tornando cética e patética. Sentimentalista.
Sentimentalismo latente causado pela minha angústia- que é como qualquer sensação- efêmera.
Não existe SER, existe ESTAR.
Estou angustiada.
Maynna Delle Donne