quinta-feira, 5 de abril de 2012

As estrelas piscam?

É uma dor que rasga, espatifa, murcha. É como se faltasse um pedaço do que sou. É como se o céu ficasse escuro e de repente as estrelas perdessem o brilho. É como se o trem parasse de fazer viagens sonhadoras. É como se eu fosse pela metade. É um arrepio e um aperto que me acalenta morbidamente, fazendo com que me torne doce. E me torno doce porque não consigo ser amarga e ainda sim carregar a dor de ter longe o que eu mais queria perto.

Preciso tentar, preciso sorrir, estar cheia de gente por perto, não parar um minuto de ocupar o tempo que passa friamente descompassado, sem propósito, sem sonhos. É triste a agonia de quem não tem perspectiva, de quem não tem aconchego. Às horas são inquietas, silenciosas, e nem o frio no peito é capaz de tirar o morno da alma.

Mayna Delle Donne

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